29 de setembro de 2013

é a democracia, estúpida

é certo que chove, que é uma chatice ter que andar de chapéu de chuva, que o chão em lisboa anda tão sujo que cada passo soa a ameaça de morte [e calculo que no resto do país não será muito diferente], mas nada justifica os números. até ao meio dia a afluência às urnas era abaixo de cão. 19,44%.isso, dezanove vírgula quarenta e quatro por cento. até às 16h o cenário melhorou ligeiramente, mas mesmo assim, só 43,43% dos portugueses com mais de 18 anos se deram ao trabalho de ir à junta, à escola, ao pavilhão desportivo, fazer três cruzes em outras tantas folhas de papel. é isso que custa. três cruzes. como é possível que continuemos a deixar na mão dos outros, de meia dúzia deles, o nosso futuro, do futuro da nossa cidade, da nossa rua. sim, não acreditamos nos políticos, são todos iguais, uma cambada, o sistema está podre, é corrupto. mas 'a democracia é a pior forma de governo exceptuando todas as outras'. lá atrás, há 40 anos, há 50 anos, alguém lutou para que tivéssemos uma palavra a dizer, para que pudéssemos usar dessa palavra, para que tivéssemos escolhas. e pela parte que me toca, recuso-me a abdicar desse direito, o direito à escolha. concedo, em última análise, a escolha é ficar em casa. é pena.

[em contrapartida, a fila para entrar no colombo chegava à segunda circular. escolhas.]

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